sexta-feira, 19 de junho de 2009

AMOR ALL STAR

AMOR ALL STAR

Não sei por que, mas me veio uma comparação tão bem fundamentada em minha cabeça entre amor e tênis mais especificamente o all star, mas não propriamente ele; sim vermos que existem milhões de gerações e marcas, mais quase nem uma tão viva quanto esta.

Existem diversos e até inomináveis tipos de amor, e várias comparações totalmente aceitáveis, lembro-me de certa vez ver alguém comprar o amor a esterco... Isso mesmo, esta pessoa dizia que no amor tudo é puro e simples esterco, se virem o ponto de vista dele, até tem a sua lógica.

Ele falou assim mesmo:
Primeiro é tudo beleza, está lá aquela bela maçã bela e vermelha, mais que suculenta de dar água na boca até ao mais irracional dos animais, que a come, da pra frente é um processo todo de digestão, que dependendo do animal que a ingeriu passará por até três estômagos, até restar somente esterco.
Mas o que seriam estes três estômagos? No meu ponto de vista são idas e vindas em um relacionamento, e o final todos sabemos. Esterco, mais como ele fechou com chave sua dissertação e foi este ponto que nunca me fez esquecê-la; ele disse que mesmo havendo sobrado só o esterco de uma bela maçã, dali você poderá plantar e ter outra macieira, e que mesmo da maçã original ficaram coisas boas em quem a transformou.

Mas você deve estar se perguntando, o que diabos tem haver esta idéia de amor como o título do texto. Bom agora começo aqui a minha idéia de amor, este é que existem vários também. Pense em amor como uma marca de tênis, existiu o kichute; bom e velho amigo para todas as horas, esse é daqueles amores que duraram décadas e décadas até se perder nas inovações dos tempos e ser posto de lado... Tanto que este tipo de amor é tão raro quanto o seu representante no mundo dos calçados... Responda rápido: em quantas lojas especializadas em calçados você já encontrou o bom e velho kichute? Isto também aconteceu com o amor desta natureza... Qual é o tipo de amor que representa? Sinceramente não posso defini-lo!!! Mas posso dizer que este era o amor real que daí surgiu todos os outros.

Outro amor engraçado e já bastante ultrapassado e meio que esquecido pelos tempos e superado pela razão da falta de razão, é o que eu pessoalmente denomino de Amor Reebok, ta aí nas paradas ainda, mais há cada vez menos gente procurando por ele, e os que usam ainda têm que ouvir “de pessoas que não sabem, nem do que estão falando e se sabem, não deviam impor a sua opinião e sim apenas apoiar ou dizer algo para ser refletido” É CARETA..., então agora é proibido ser sincero e usar, ou melhor, ousar (como muitos dizem) usar o que você gosta e ser como você é. Aonde vamos chegar, hein?

O clássico e da moda agora é o meu amor que eu pessoalmente mais odeio, tanto que nunca o usei e nunca o usarei. Pode até dizer que nunca irei usá-lo por ser pobre! O que é pra lá de verdade, mas não é só por isso é também pelo fato de achar que não é um tipo de amor e sim outro sentimento seja lá qual for, seu nome? Ou se preferir sua marca!!! Nike.

Agora finalmente chegamos ao meu tipo de amor, o tal dito e tão bam bam bam das paradas há mais de 30 anos: all star. Isto me lembra até uma música brega de Nando Reis:

“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias mas a terra avisto em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras,
Satisfeito, sorri
Quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje.
Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu all star azul combina com o meu, preto, de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço
O tom que eu canto as minhas músicas para a tua voz parece exato”

É assim. Assim mesmo que não da para comparar, mas o amor all star resiste a anos e anos a fio, sua marca não é nem tão boa assim para fazer tanta presença, mais quase todos querem ou pelo menos almejam um dia encontrar o outro all star de seu par perdido, aquele cadarço que não se sabe onde foi. “a lavadora deve ter engolido enquanto lavava o seu all star”, mais esse tipo de amor embora seja o mais procurado é o que menos damos valor. Pois quem o encontra o joga fora ou o perde e quem não tem um all star velho e casa jogado no canto, esta é a infeliz sina deste tipo de amor; não damos valor a ele e o jogamos fora. Ou os esquecemos de lado, até que nos seja conveniente de novo ou quem sabe até que ele se perca para sempre. Assim nos tornamos velhos e perdidos, como nossos próprios desejos mais secretos...

Ana Britto, altamente jogada e vivida por sentimentos tão confusos que nem sequer ela mesma poderia definir o que ela acabara de escrever ou pensar que dizia.

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